sábado, 18 de fevereiro de 2012

Cine Bananas: The Iron Lady - A Dama de Ferro

Para você que curte um programinha mais light nesse Carnaval, o Bananas is My Business te oferece esse cineminha.

Força, determinação, mãos de ferro, história, e a boa atuação de Meryl Streep.

Até a Presidenta Dilmá deveria assistir esse filme. Margareth bate de frente até com o próprio partido, já a Dilmá borra as calças até com um grupo de evangélicuzinhos que reclamam de qualquer favorecimento em prol dos homossexuais, e acaba voltando atrás... até numa mera campanha para os gays usarem camisinha no Carnaval...

Lights, Camera, Action!

Assista ao filme online, logo abaixo:




Ao ganhar no último domingo o prêmio Bafta de melhor atriz, Meryl Streep confirmou a aprovação da crítica e indústria cinematográfica inglesa para seu trabalho ao personificar a ex-primeira ministra inglesa Margaret Thatcher (1925), principalmente quando ela ainda está doente (confesso que tive que googlar para confirmar isso, já que o filme usa como recurso dramático do roteiro, o fato de que ela é afetada por alguma forma de demência que a faz perder a memória e ter delírios. O marido, já falecido, fica o tempo todo conversando com ela até quando, sempre com seu gênio infernal, ela resolve mandar seu fantasma embora).

Esse recurso do Alzenheimer, ou coisa que o valha, pode explicar porque o filme não toma em relação a ela um ponto de vista mais crítico, já que seu “reinado” de 1979 a 1990, digamos assim, foi altamente polêmico e discutível.

Na verdade, o roteiro de Abi Morgan (ela escreveu Shame e o telefilme Tsunami) procura pintar o retrato de uma mulher determinada, teimosa, de convicções conversadoras e inabaláveis, que num mundo dominado por homens irascíveis e intolerantes (foi a primeira e ate agora única mulher que foi primeiro ministro na Grã-Bretanha) fez o possível para sobreviver e impor suas ideias. A tal ponto que preferiram perderam o poder (no caso, o Partido Conservador) para nunca mais retomarem do que continuar suportando sua autoridade e ordens não sujeitas a negociação

Um fato curioso: estava em Buenos Aires semana passada quando houve uma manifestação da presidenta argentina sobre as ilhas Malvinas, que desconfio tem também a ver com o fato de que este filme já estava em cartaz há algum tempo por lá. E o episódio das Falklands como eles dizem, é um dos momentos mais fortes e importantes do filme. Botando lenha na fogueira.

O filme, porém está longe de ser uma hagiografia como foi o de Lula, a história de um santo. O fato de assumir logo no começo que ela está doente e assombrada por lembranças, é o recurso dramático que o roteiro usa para ir reconstruindo a vida da Tatcher, uma mulher pouco atraente, que tem a sorte de encontrar um marido fiel e submisso (Broadbent, já ganhador do Oscar) que não impede sua carreira política.
Não se entende muito bem como ela conseguiu subir a um posto tão alto (embora fique subentendido que ela dá pouca atenção aos filhos, sendo que a mais velha é feita por Olivia Colman, de Tyranossaurus). A direção de Phyllida Lloyd (que tinha feito antes com Meryl, o sucesso Mamma Mia!) fica no nível dos teledramas da BBC (o que já é bastante alto).

Parece que ela não se preocupou muito porque sabia que ficava nas mãos da maior atriz de nossa geração que ajudada por uma maquiagem extraordinária (que também ganhou o BAFTA e certamente o Oscar) criaria um outro trabalho inesquecível.

Ainda mais porque na maior parte do filme aparece já senil, envelhecida, mas sempre com dignidade. Já tinha escrito antes como Meryl deveria ganhar o Oscar até por ser a recordista de indicações (17) e por tabela a que mais perdeu até hoje (15 vezes, tem apenas dois Oscars sendo o mais recente de 82, por A Escolha de Sophia).

Acho que neste filme ela tem o melhor, o mais completo, mais bem realizado trabalho de sua longa e bem sucedida carreira. Todo mundo gosta de Meryl, que é o ídolo dos atores americanos e ela tem uma carreira mais longa do que muitas estrelas antigas, mantendo-se como estrela aos 61, coisa impossível antigamente.

Além disso, Meryl é uma figura encantadora e bonita pessoalmente e todo jornalista gosta de sua humildade, seu amor, sua falta de pretensão. O filme começa e termina com Meryl/Margaret velha, e a maior parte do tempo mostra ela tentando lidar com a velhice, o filho que não lhe da atenção (mora na Austrália e parece fugir dela), a filha que a visita, mas não quer muito compromisso, e sua luta para disfarçar a doença ou demonstrar fragilidade.

Aos poucos vamos conhecendo ela jovem, quando começa sua carreira política (era filha de um dono de mercearia), seu romance com o futuro marido (claro que quando jovens são vividos por outros atores que pouco acrescentam). Passamos por sua rejeição inicial, sua batalha para se impor, sua eleição polêmica, sua ação política que era nada política. Desculpe-me o trocadilho, mas se há um vilão no filme são os próprios políticos, o partido, falso, traiçoeiro, autodestrutivo.

Eu louvo o trabalho de Meryl, que acho magnífico ao construir uma figura humana, que nunca cai em excessos ou caricatura. Trabalho também discreto, a ponto de esquecermos que é Meryl que estamos vendo parece a própria Margaret.

Fonte: Rubens Ewald Filho

2 comentários:

  1. ADOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOREI ASSISTIR O FILME AQUI.
    VIVA BANANAS!
    BANANAS TBM É CULTURA!

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  2. Meryl arrassa sempre!
    Diva!

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