quinta-feira, 1 de agosto de 2013

'Félix carrega a luta dos homossexuais reprimidos', afirma Mateus Solano

Amor à Vida pegou fogo nos últimos dias, após Edith (Bárbara Paz) revelar para toda a família Khoury que Félix (Mateus Solano) é gay. Ansiosamente aguardado pelo público, o barraco foi homérico. Exposto e completamente fragilizado pela primeira vez, o vilão tem ainda uma conversa duríssima com César (Antonio Fagundes), na qual o filho assume que só é feliz de verdade quando se relaciona com outro homem.A gravação das cenas também mexeu com os atores. Mateus Solano e Antonio Fagundes até se abraçaram e retribuíram aos aplausos que receberam no estúdio, com mais aplausos. Mateus Solano concedeu entrevista ao site oficial logo após a gravação. Confira:


Como ator, após gravar cenas como essa, como é que você sai?
Eu estou com um pouquinho de dor de cabeça. (risos) É muito intenso mesmo, muito intenso. A gente tenta usar de tudo, porque é tudo muito rápido na televisão, são cenas diferentes todos os dias. Não é como no teatro, que você ensaia aquela mesma cena e vai se aprofundando. Na TV, você tem que trazer o máximo de camadas, o máximo de profundidade, o mais rápido possível. É uma cena crucial, de meio de novela, é uma reviravolta. O César mostra todas as suas garras e o Félix se fragiliza absolutamente - e para o Félix se fragilizar tem que ter acontecido uma coisa muito grave, uma coisa muito importante para ele.

Enfim, como é uma cena crucial, eu me exijo muito. Não posso depender só do que vem na hora. Eu preciso me tensionar, eu preciso ter água no olho, uma série de preocupações técnicas que eu tenho no meio de uma cena em que eu não tinha que estar pensando em nada disso. Você sobrecarrega as suas ferramentas de trabalho. Confesso que saí com dor de cabeça, mas é uma ótima dor de cabeça, porque é de fazer o que eu gosto.

Você fez alguma preparação especial para essa cena?
Não, mas a gente está sempre conversando com o Sérgio Pena (preparador de elenco). Eu leio todos os textos do dia seguinte antes de dormir, que isso é muito importante para a minha memória. Eu começo a ler o texto de outro lugar, porque de alguma forma ele já está descansado na minha cabeça. Eu penso em um ou dois momentos diferentes, para a cena não ficar toda em uma nota só. E chega aqui, tem o diretor e você tem que adaptar o que você tinha pensado para a cena, e ver com o Fagundes o que ele quer falar... Tem o olhar do outro, o olhar do Fagundes, que me ajuda em tudo aquilo. Tem mais coisa ajudando do que atrapalhando, tem o Maurinho (Mendonça Filho, diretor geral) e o Fagundes, que eu trabalho desde Gabriela... E tem o amor da gente em contar essa história, o meu amor pelo Félix, que é cada dia maior. É um barato, um "bafo"!


Você se surpreendeu ao receber essas cenas, ao ver o Félix chorando, abraçando a Paloma?
É uma catarse, é uma redenção de alguma parte do Félix. O Walcyr escreve bem demais para o Félix, principalmente nas questões gays, homossexuais. A cena com o Jacques, no restaurante japonês, foi uma que me emocionou de ler. Ele fez uma belíssima comparação entre o gosto adquirido que a gente tem pela comida japonesa, que nós ocidentais não nascemos gostando, e o gosto adquirido que o Félix tomou pela família, por ter uma mulher e um filho, que não é da natureza dele, a natureza dele é homossexual. E no final, o Félix diz: "mas sinceramente, eu prefiro a comida japonesa." É muito bonito e muito triste, mostra uma tristeza que está aí, pulsante, em tantos homossexuais, há tanto tempo na sociedade.
Então são surpresas boas. Eu sabia que ia ter um embate entre Félix e César, achava até que o César teria um ataque do coração, alguma coisa assim, e que seria nessa briga que ele ia descobrir todas as falcatruas que o Félix faz no hospital. Mas não, o Walcyr está guardando as coisas e fazendo isso muito bem. Cada dia tem novas coisas a serem reveladas e novos mistérios a serem resolvidos.
Félix fala que se não tivesse que viver fingindo, ele até poderia ser um homem melhor. Você acredita que o Félix poderia se redimir?
É complicado. O Walcyr é sempre muito justo, no sentido de que em todas as tramas, quem faz maldade, paga no final. Eu cheguei até a cogitar que o Félix seria preso e que encontraria um negão na cadeia que faria ele feliz, ou coisa parecida. Mas não sei, vindo do Walcyr, tudo é possível. Eu diria que é muito maleável a cabeça do autor nesse sentido, de estar sempre pescando a reação do público. Sem dúvida, existe um gosto popular pelo Félix. Ele carrega a luta dos homossexuais reprimidos, que não conseguem se aceitar. Como diz a Paloma na cena, o mais importante é você se aceitar primeiro. E como o Félix é estandarte dessa luta, isso tem que ir para algum lugar positivo. Mas saber o que vai acontecer, eu não sei... Estou gostando muito de fazê-lo e de me desafiar a cada cena que chega.

16 comentários:

  1. Chorei muito assistindo a essas cenas, vi tanto de mim, de nós, estou profundamente emocionado, espero que as pessoas tenham sido tocadas com essas cenas belíssimas, estou chorando de novo enquanto digito. Palmas para Walcyr Carrasco e, especialmente, para esse magnífico ator chamado Mateus Solano!

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  2. Excelente papel, excelente ator! Estou adorando a novela.

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  3. Achei as cenas emocionantes e tristes. Pela primeira vez vi um lado carinhoso no felix no episodio de hoje.

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  4. Morri com o negão rsrsrs

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  5. Eu assisti a novela deitado no colo da minha mãe. Tive que me esforçar pra não me emocionar. Sentia ela tensa e eu tambémficava na parte em que a Pilar disse que sempre desconfiou dele mas tentava imaginar que aquilo era coisa da cabeça dela. Sei que minha mãe desconfia de mim, mas ela prefere desconfiar do que perguntar o que sou e encarar a realidade.
    Cada cena foi maravilhosa, foi o melhor capítulo até hoje, sem dúvidas. O carinho que a vó, a mãe, a irmã e o filho demonstram para o Felix foi tocante.
    O que gosto nessa novela também é que, diferente das outras, ela foca nas questões homossexuais mas tenta explicar que aquilo não é nada errado, que nascemos assim e etc.. Acho isso muito importante em uma programação que lidera as audiências no Brasil.

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  6. Definitivamente Mateus está fazendo o papel muito bem. Aliás, todos estão atuando com perfeição na novela. O texto é forte, mexe. Hoje me emocionei com a cena do Félix com a mãe e em seguida recebendo Abraço do filho em silêncio. Reflete sim uma sociedade que se esconde, ou mesmo não se revela temendo repressão da família.

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  7. Também chorei muuuito.
    Parecia a história da minha vida retratada nas cenas de hoje.
    Tudo perfeito!
    O texto, a interpretação dos atores...

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  8. É um novelão mexicano. Tudo é dramático demais. Super exagerado. Difícil acreditar nesse choque da família com a revelação de que o Félix é gay, em primeiro lugar porque o personagem é super afeminado, em segundo lugar porque o casamento dele foi arranjado e em terceiro lugar porque os pais deles são médicos, donos de um hospital conceituado que lidam com diversos casos complexos de saúde e comandam uma equipe enorme de profissionais da área. Não cola que eles sejam tão alienados e tão antiquados, em pleno 2013. Não tem como acreditar nessa história. Na verdade me sinto ofendido de assistir algo tão mal elaborado.

    Leio aqui que algumas pessoas se identiticaram. Juro que não consigo imaginar esse drama todo que vi na cena de ontem em pleno 2013, nessas circunstâncias que foram apresentadas.

    Sério que é assim ainda? Tão dramático?

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  9. "Eu cheguei até a cogitar que o Félix seria preso e que encontraria um negão na cadeia que faria ele feliz, ou coisa parecida." kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  10. Deve ser muito triste viver no armario temendo a reaçao, principalmente, da familia.A pessoa deve viver numa angustia sem fim. É fácil querer que as pessoas se assumam, mas dificil é estar na pele dessas pessoas.

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  11. As cenas de ontem foram emocionantes.
    Tava assistindo com meus pais no sofá, e tava meio tenso, olho meio que lacrimejando... Não acho que minha família me apoiaria assim se eu dissesse a verdade :/ Enfim, foi muito tocante. As cena com o Jacques também foram bem tristes. Mateus é um ótimo ator, amando esse papel dele ♥

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  12. Não vou citar o pessoal para não ficar grande. Vai dar pra perceber a quem estou me referindo acima.

    post#8
    Sim,. É possível ser médico, gerir um hospital e ser preconceituoso a beça.
    Tem gente que escolhe a profissão por amor, afinidade, mas também tem aqueles escolhem por qualquer outra conveniência(salário melhor por exemplo)

    post#5
    Aquilo que o Danilo disse é mais importante que ter beijo gay. Nem vejo a necessidade ou urgência de isso acontecer quando um assunto é tão bem abordado.

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  13. Como é tenso ver a novela com minha familia na sala... Tipo bem eu, ajudo minha mãe a se vestir, arrumo ela e ainda me finjo de hétero!!! Quase não respirei messe capitulo!!!rs aff

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  14. Ao Anônimo das 10:53 só digo uma coisa:
    Infelizmente ainda hoje é assim: DRAMÁTICO !!!!

    Posso dizer que comigo aconteceu E-X-A-T-A-M-E-N-T-E como nas cenas da novela.
    O César parecia meu pai dizendo: "sempre fui garanhão, o que vão pensar, meu filho não, qual dos dois faz o papel da mulher".

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  15. Eu chorei tb,a vida dos gays é sofrer credo não queria ser gay.

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  16. Faco das palavras de danilo as minhas me segurei para nao chorar de tanta emocao mais nao teve jeito.

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