domingo, 22 de setembro de 2013

Publicidade gay ainda não saiu do armário no Brasil

"Namoradas", da construtora MaxHaus, foi veiculada em agosto deste ano nos maiores jornais do país e faz parte da campanha "MaxHaus para cabeças sem paredes"

Duas namoradas se preparam para um beijo. "Existia uma parede no amor", diz o anúncio de página dupla da construtura MaxHaus.

 Publicado em agosto nos principais jornais do país, é um raro exemplo de publicidade com temática gay na grande imprensa nacional.

Apesar de o tema já dominar até o enredo das principais novelas da Globo, a publicidade brasileira segue na zona de conforto do armário.

Absolut Hering: Nos anos 80, a epidemia da Aids afugentou muitos anunciantes que haviam saído do armário nos anos 60 e 70. A campanha da vodca Absolut era uma mensagem de apoio à comunidade gay, mas passou despercebida pelo público em geral. Keith Haring era um ativista e um herói para os gays. Foi publicada, entre outras mídias, na revista The Advocate, mais antiga publicação gay.
"Em todo lugar do mundo, o público gay é identificado como progressista, moderno", diz André Fischer, criador do portal Mix Brasil e editor da revista "Junior", voltada para o público gay.

 "Falta ousadia e coragem por parte de agências e anunciantes no Brasil em associar as marcas a esse público."

 Faltam também dados confiáveis sobre o tamanho do mercado e, dizem especialistas, há um temor das empresas de serem boicotadas pelo consumidor conservador.

Anúncio de 1921 da grife masculina Kuppenheimer, que durante a primeira guerra forneceu uniformes para o exército dos EUA. Assinado por J.C Leyendecker, o anúncio tem como modelo, figurado em segundo plano, o namorado do artista, que era muito mais jovem do que ele.

No caso da campanha da MaxHaus, criada pela agência Talent, o que está em jogo não é atrair o cliente homossexual, mas se posicionar como uma marca moderna. "A campanha é sobre autoexpressão, sobre ser quem você é", diz João Livi, diretor-geral de criação da Talent.

Para Fischer, independentemente do poder de compra, o consumidor LGBT é formador de opinião e, por isso, deveria entrar no plano de mídia dos anunciantes. "Esse é um segmento pequeno, mas que tem poder de influenciar, consome muita marca e compartilha o tempo inteiro."

Sugestivo poster de recrutamento da Marinha dos EUA durante a segunda guerra mundial, assinado pelo artista gráfico J.C Leyendecker, que era homossexual. O homoerotismo sugerido passou despercebido pelos militares que aprovaram a campanha

A falta de anúncios limita o alcance da mídia LGBT, que vive de anúncios segmentados -bares, marca de camisinha ou mesmo de governo, como Ministério da Saúde. O médio ou grande anunciante aparece eventualmente, quando surge alguma campanha que trata de diversidade.

 As poucas marcas que ousaram se associar à causa gay na grande imprensa o fizeram em momentos muito específicos, como a Parada Gay.

 Há ainda algumas iniciativas que ficam limitadas às redes sociais: em suas páginas no Facebook, Itaú e Banco do Brasil têm dialogado com esse público, oferecendo financiamento imobiliário.


Cerveja Schiltz: aos olhos de hoje, a campanha da cervejaria, veiculada entre 1948 e 1950, parece fazer um paralelo entre a prova de uma nova marca de cerveja e a experimentação de uma nova sexualidade. Curioso, o rapaz prova a cerveja e depois volta para a companhia do amigo. ("Eu estava curioso... Eu provei... Agora eu sei porque Schlitz é a cerveja que fez a fama de Milwaukee")

TABUS E MARGARINAS 

O tema ainda é cercado de tabu. A Tecnisa, que há dez anos veiculou uma série de anúncios, entre eles um que trazia duas cuecas penduradas num varal, não quis dar entrevistas. @@@@@@@@@@ Nem sempre a abordagem é adequada. Uma campanha de 2009 do Doritos -na qual um garoto é ridicularizado pelos amigos ao começar a dançar ao som de "YMCA", espécie de hino gay- gerou protestos e acabou sendo voluntariamente retirada do ar.

 Já os conservadores conseguiram retirar das ruas de São Paulo outdoors com a foto de um beijo gay, campanha da fabricante de camisinhas DKT, de 2006.

 No Congresso, um artigo do projeto de lei que regulamenta a publicidade infantil quer institucionalizar a "família margarina" como padrão na propaganda brasileira. O artigo foi incluído recentemente pelo relator do projeto, o deputado Salvador Zimbaldi (PDT-SP).

Anúncio de pijamas da Wilson Wear, de 1945, não é panfletário, mas mostra três homens acordando e se vestindo juntos com bastante naturalidade

Enquanto isso, nos Estados Unidos anúncios que retratam novos modelos de família estão cada vez mais presentes na mídia de massa. "Nos últimos cinco anos, anúncios com pessoas do mesmo sexo saíram totalmente do armário nos EUA", disse à Folha Bruce H. Joffe, autor de "A Hint of Homosexuality", algo como Homossexualidade Sugestiva.

 "Depois de uma fase mais explícita, atualmente os anúncios estão mais sutis e bem-humorados. As pessoas não mais riem da gente, mas com a gente."

 O livro mostra que o homoerotismo sempre esteve presente na propaganda, de forma mais ou menos explícita, desde o fim do século 19.

 Fonte: Folha

23 comentários:

  1. Esse tipo de "marketing gay" é que eu acho desnecessário. Agora os gays querem até que a propaganda de margarina seja com uma família gay, pode? Por essas e outras as religiões nos acusam de querer acabar com a família tradicional. E se for ouvir todas as minorias daqui a pouco todo comercial vai ter um negro, um gay, uma gordinha, um deficiente, um índio... Vamos parar com esse patrulhamento ridículo, gente!

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    1. Não é essa a ideia. A ideia de inserir a "propaganda gay" é de quebra de preconceitos, com o intuito de mostrar que uma família gay é tão natural quantoa heterossexual. Publicidade tem um grande poder e é de suma importância usarmos ela a nosso favor, sem atacar as maiorias, mas expor que não tem nada demais em ser gay, que não somos só "PROMISCUIDADE", somos "cultura", somos família.

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  2. CLARO!

    POIS NEGRO, GAY, GORDO, DEFICIENTE, ÍNDIO NÃO CONSOMEM.

    QUEM COMPRA É APENAS PESSOAS BRANCAS, COM CORPOS DEFINIDOS ENTRE 20/30 ANOS. POIS ESSES SÃO O RETRATO FIEL DA MAIORIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA! NÃO É?

    #FAZFAVOR #REFLITÃN

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  3. O QUE DIZER DO PRIMEIRO COMENTÁRIO. É POR CAUSA DE PESSOAS CHEIAS DE PRECONCEITO COMO VOCÊ QUE O MUNDO AINDA É A DROGA QUE É. COMO PODE VOCÊ SENDO GAY TER ESSE TIPO DE MENTALIDADE? ACORDA RIDÍCULO, ACORDA ENQUANTO É TEMPO.

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  4. Anon das 9:30, creio que não sejas Negro, Gay, Índio ou Vulgo Minoria, então creio que este blog não é rediccionado ao teu patético idealismo. O mundo é feito de diferenças, Porquê não Mostra-las em propagandas.

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  5. Sei bem que tipo de familia margarina e hetero é essa! O papai e a mamae homofobicos colocam seus filhinhos pra dormir e seguem para o clube de swing, onde mamae transa com outros homens e com varias mulheres na frente do papai!
    Pura hipocrisia, igual a do primeiro a comentar, que se vê que é um moralista, mas vem aqui no blog ve os machos.Se estou respeitando-o, peço desculpa, porem eu me senti desrespeitado com o comentario dele! Isso ser dito por um hetero, é revoltante, mas da pra compreender, mas isso ser dito por uma pessoa, que é gay ou bissexual, nao da pra compreender nao!

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  6. O Banco do Brasil fez uma propaganda com um casal gay

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  7. Atorey!


    Aliás, parabéns, Sr. Bananas por posts diversificados e interessantes como eles.

    As propagandas com cunho homossexual, não são propagandas de INCENTIVO gay. Faça-me o favor.

    São propagandas que os mostram como público consumidor, e, principalmente, real.


    Incrível como tem guei que acha que o lugar dela é à margem da sociedade, como uma estranha excluída.

    Aff!

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  8. Medo, muito medo de pessoas como essa que fez o primeiro comentário.Sera que é gay? Ou sera que é mulher?

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  9. Eu lembro de um comercial de carro , que o carro passava andando do lado de fora dos prédios..e em um apartamento tinha duas mulheres se pegando ... já vii alguns outros .bem sutis ..

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  10. Não é que tenha que ter anuncios gays, mas parece que a publiciade ignora a existencia de uma outra orientação sexual...agora eu não concordo é com a forma que a homossexualidade é tratada na Tv. Falta profundidade, veracidade e autenticidade, e sobra canastrice e cericaturas

    No mais, é por essas postagens que o bananas se diferencia de outros blogs gays.

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  11. Infelizmente o BRASIL ainda tem um grande número de conservadores e os empresários tem medo e investir, isso quando os mesmo não em seus preconceitos. No geral esse preconceito todo vai e está acabando e vai ficar bem difícil não ter propaganda para ao nosso segmento

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  12. Sou eu quem fez o primeiro comentário. Sou gay sim e não acho errado ter comercial com gays, pelo contrario. O que acho errado é essa cobrança que os gays fazem, e pior, é algo crescente e nunca estão satisfeitos: primeiro queriam gays nas novelas, ai já querem que mostrem o tal beijo. Agora tem que mostrar gays nos intervalos também... Eu tenho 39anos, lembro que nos anos 80 e 90 o preconceito contra nós era muito menor, éramos muito melhor aceitos do que hoje. Não víamos essas noticias de gays espancados e mortos, essa perseguição religiosa contra os gays, nada disso. Simplesmente porque os gays não eram bitolados e politicamente corretos como agora. Hoje em dia não pode nem contar piada que já vem a patrulha gay encher o saco. Vamos raciocinar um pouquinho e ser menos chatos, galerinha mais nova!

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  13. Esse comercial que o Ari citou nao vale, isso é comercial pra agradar gayfobicos que gostam de ver mulheres se pegando

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  14. Tio Banana, porque este fundo preto? Fica ruim de ler... Não que eu não goste de um negão, mas já pensou num fundo clarinho?

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  15. Anonimo do primeiro comentario, voce nao percebe mas é super preconceituoso, e ainda acha graça em piadas sobre gays.Triste isso.Voce tem 39 anos, mas sua mentalidade é mais velha do que a do meu avô que ja passou dos 70

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  16. Mas não pode mesmo!!! Eu sou bissexual, e não podem ficar afetando assim as crianças, faz pensar que elas são obrigadas a escolher se vão gostar de mulheres ou de homens, e colocam elas em dúvidas, isso é muito preocupante, por isso não gosto de Amor à Vida, que deveria se chamar ódio à vida

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  17. Já falei! Tem que pressionar e o melhor jeito de fazer isso é querer que as empresas se posicionem a respeito da tal causa gay - dica: começa pelas multinacionais que lá fora, são "gay friendly", mas que por um motivo ou outro, aqui dentro do Brasil, prefere não se pronunciar...

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  18. Brasil vai passar por muitos perrengues ainda pra chegar nesse nível de consciência. Espero dos senhores um pouco de paciência. Nada vem da noite pro dia nem cai dos céus nos colos passivos de todos os postadores.

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  19. Excelente matéria. Espero que a publicidade homoafetiva seja veinulada de forma mais natural na grande mídia.

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  20. 1st Anon, o sr. é preconceituoso sim, se na tua época não se ouvia falar de mortes e ataques à homos, era porque a midia não ligava para isso. Hoje o que dá audiência é homos, mas no passado foram os crimes cometidos pelos os negros, sendo assim, midia apenas segue a tendência para aumentar a sua influência na população. Sai da Sombra e Venha Conhecer a Luz.

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  21. Q linda essa propagandas antigas, adorei vc tm mais?

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  22. Nao entendi, o anonimo disse que nao pode porque ele é bissexual e propagandas com casais homo vao fazer as crianças pensarem que elas tem que escolher se vao gostar de homem ou de mulher? Ora, e propagandas com casais hetero, pode? Realmente nao entendi o que ele quis dizer!

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