domingo, 30 de janeiro de 2011

Leonardo Miggiorin: ‘Fui a uma festa GLS. É muito divertido!’

Rio - Leonardo Miggiorin está arrasando como Roni, o gay afetado e divertido que faz dupla com Deborah Secco, a Natalie, em ‘Insensato Coração’. Solteiro, aos 29 anos, e com várias novelas no currículo, Miggiorin é a favor do beijo entre pessoas do mesmo sexo na TV: “Será o próximo passo, mas não acho que tenha que ter pressa para rolar. No momento certo, vai acontecer”. Além de atuar, Leonardo também canta. Ele é vocalista da banda Vista e, agora, começa a escrever suas próprias composições. Em conversa com Telenotícias, ele conta que foi a uma festa GLS como parte da pesquisa para o personagem, diz que já recebeu cantada de homem e muito mais.

Em quem se inspirou para fazer o Roni? “Não foi em alguém específico. Vi vários filmes e documentários, pesquisei vídeos na Internet e também fui conversar com promoters que conheço”.

É a favor do beijo gay na TV?“ Particularmente, não vejo problema. Mas, entendo que a televisão aberta no Brasil dialoga com grandes massas, com o senso comum. É essa massa que dita a audiência de um programa de TV e consequentemente seu sucesso. Por isso, acho que poderia assustar um pouco. Mas, tudo que é diferente do que estamos acostumados choca no início e, com o tempo, torna-se menos polêmico”.

Gostaria de protagonizá-lo? “Sou ator e, portanto, estou à disposição do que o autor propõe para o personagem”. Acha que o público está preparado para ver essa cena? “Sei que ainda há muito preconceito, mas a questão da homossexualidade já não é mais um grande tabu no Brasil. Nos últimos anos vemos cada vez mais personagens gays nas produções e isso faz com que o assunto se torne menos chocante. O beijo será o próximo passo, mas não acho que tenha que ter pressa para rolar. No momento certo, vai acontecer”.

Fez que tipo de laboratório para compor o personagem? “Fui a algumas festas e conversei com os organizadores. Prestei atenção em como se produz uma festa, desde a etapa do conceito até a recepção dos convidados. Pesquisei a função e como se sente um profissional desta área. As responsabilidades, os pontos fracos, os anseios e as dificuldades. É um mundo ao qual estava familiarizado, uma vez que nós atores somos sempre convidados para festas, eventos e trabalhos”.

Foi a alguma boate gay? O que achou? “Fui a uma festa GLS. É divertido. Como para qualquer outro papel, observo. Na festa, busquei gírias e trejeitos”.

Os gays têm sido alvo de muita violência. O que precisa ser feito para mudar essa realidade? “Acredito que só com a educação este quadro poderá ser revertido. A teledramaturgia, por exemplo, tem a função de levar o assunto para a casa das pessoas, mas isso não basta. É necessário discutir na escola, em casa, educar, lutar pela igualdade do ser humano em sua totalidade”.

Tem medo de ser agredido nas ruas por alguém que confunda você com o Roni? “Já ouvimos histórias de atores interpretando vilões que foram agredidos na rua. Receio que as pessoas radicais em suas convicções possam atrapalhar a discussão e as conquistas que a sociedade teve ao longo desses anos. Mas o meu trabalho não muda. E o Roni é um personagem maravilhoso. Estou muito orgulhoso”.

Já sentiu algum tipo de preconceito por interpretar um gay? “Não, e se existe, é preconceito velado. Recebo mensagens carinhosas o tempo todo”.

Como tem sido a reação do público? “Ótima! Aumentou o assédio, naturalmente. Crianças, mulheres, homens de todas as idades vêm tirar foto e cumprimentar. O público parece gostar de personagens mais cômicos”.

Rola uma química muito boa entre você e Deborah Secco. Como é essa parceria dentro e fora de cena? “A Deborah me recebeu de braços abertos. Conversamos sobre as cenas, sobre a verossimilhança dos personagens com a vida real, sobre tudo. Ela é divertidíssima e muito disciplinada. Estou aprendendo muito com ela!”.

Já recebeu cantada de homem? Como reagiu? “Já aconteceu (risos). Levo numa boa”.

O que acha de figuras públicas, como Ricky Martin, assumirem publicamente sua homossexualidade? "Acho importante a questão da homossexualidade ser tratada cada vez com mais naturalidade por pessoas públicas de qualquer que seja a área, como a TV, o cinema, o esporte, a política, etc. Isso ajuda a desmitificar o assunto. Não acho que ele devesse explicações sobre isso, mas, já que ele diz que se sentiria melhor contando, acho ótimo que o tenha feito”.

Gilberto Braga já afirmou que prejudica a imagem do ator revelar que é gay. Você concorda? “Ser gay, negro, branco não deveria ser mais importante que o seu trabalho ou a qualidade dele”.

É a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo? “Com certeza. Todo mundo tem mais é que ser feliz. É um direito”.

Se te convidassem, posaria nu? “Não!”.

Fonte: O Dia

5 comentários:

  1. Sou gay, ninguem desconfia pq sou masculo, mas nao escondo de ninguem que sou gay, agora convenhamos, para um ator assumir que é gay nao deve ser facil, o pre-conceito é muito grande, e o cara deve ficar com medo de nao conseguir mais papel nenhum.

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  2. Você, dono do primeiro comment, e apenas você, pensamos tão parecido que vale a pena trocarmos msn, se quiser: scepticknight@hotmail.com

    Hehe.

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  3. Mas essa coca não é fanta na realidade também?

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  4. Acho importante que o assunto "homosexualidade" seja tratado cada vez com mais naturalidade até, quem sabe, o dia em que TODOS os profissionais, e não falo só de atores e celebridades, poderão assumir sua sexualidade.
    Nos tempos atuais isso não é possível e acho que eles (celebrit`s) sofrem muito mais ao ter que negar ou esconder. Quem aqui não fica aliviado e feliz em poder revelar-se?!
    O foda é entrar em blog GAY para ler mensagens preconceituosas, porque sempre são!
    Se nós, gays, não nos defendermos e nos unirmos, será sempre tudo igual....

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  5. A uma festa só ? Hahahahahaha......

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