terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cynthia Nixon: " Eu escolhi ser gay "

Semana passada saiu no "New York Times" um longo perfil da Cynthia Nixon, a Miranda de "Sex and the City". sua personagem na série era frequentemente confundida com uma lésbica, e, na vida real, Cynthia se separou do pai de seus dois filhos para juntar os trapinhos com outra moça. Ela nunca fez muito mistério sobre sua vida particular e já declarou seu apoio à causa igualitária mais de uma vez. Mas há pouco tempo, durante uma palestra de motivação a uma plateia gay, Cynthia soltou uma frase que está causando rebuliço: "Já fui hétero e já fui gay, e ser gay é melhor". Então ela escolheu ser gay? Vamos deixá-la se explicar:

"Queriam que eu mudasse a frase, porque achavam que eu quis dizer que a homossexualidade pode ser uma escolha. E para mim, é uma escolha. Eu entendo que para muita gente não é, mas para mim é uma escolha, e ninguém pode definir minha homossexualidade por mim. Parte da nossa comunidade prefere que ser homossexual não seja visto como uma escolha, porque, se for uma escolha, então a gente poderia escolher não ser. Eu já digo que não interessa se voamos ou nadamos até aqui. O que interessa é que estamos aqui e somos um grupo, e vamos parar de fazer testes para decidir quem é gay e quem não é. Este assunto me incomoda muito. Por que não pode ser uma escolha? Por que seria menos legítimo? Parece que estamos dando razão aos homofóbicos, e eu não acho que eles deveriam definir os termos do debate. Também sinto que as pessoas acham que eu andava dentro de uma nuvem e não sabia que era gay, o que eu acho tremendamente ofensivo. não só para mim, mas para todos os homens com quem eu estive."

Hmmm. Cynthia tem razão em muitas coisas, como não deixar que os reaças tomem as rédeas da discussão. Mas acho que ela se equivoca num ponto: ninguém escolhe sua atração sexual. Mal comparando, assim como não se escolhe gostar de repolho ou de mortadela: você gosta e ponto. A escolha que pode ser feita é VIVENCIAR esta atração, pô-la em prática, assumi-la. É justamente esta escolha que incomoda setores da Igreja Católica, que acham que os gays devem permanecer quietinhos no armário e rezar para Deus lhes dar forças para resistir às tentações. Cynthia obviamente escolheu viver sua vida com dignidade e orgulho, e é ótimo que uma atriz de sua estatura não tenha receio de exibir a mulher por aí (não é mesmo, Jodie Foster?).

Mas sua trajetória de hétero a gay (bastante comum entre as mulheres) na verdade só mostra como os rótulos são furados. E se amanhã ela voltar a namorar homens, como fez Anne Heche? Mas é a propria Cynthia quem diz que não importa como chegamos até aqui. Também não importa para onde vamos: o que interessa é sermos sempre respeitados, pelo que somos, já fomos ou ainda seremos.


Fonte: Tony Goes

6 comentários:

  1. Concordo plenamente com ela. Como podemos afirmar q ñ se escolhe algo assim? Cada um é cada um. Eu ñ escolhi, ela escolheu, e pronto. Por isso q qndo vejo gays corrigindo os q falam "opção sexual", acho equivocado. Tem q se dizer os dois, opção e condição. Pronto.

    ResponderExcluir
  2. Gente, vocês que são moderadores e o dono do blog poderiam colocar tambem algumas postagens sobre o LÉO SANTANA, o vocalista da BANDA PARANGOLÉ, ele é MUITO GOSTOSO, não só eu, mais TODOS os leitores do blog iriam ADORAR!! FikaDika!!

    ResponderExcluir
  3. Ela é bissexual, essa é a palavra né. Na verdade não é questão de escolher, é questão de gostar. Ela gostar dos dois. Pronto.

    ResponderExcluir
  4. Talvez ela não conheça o termo "bissexualidade".
    Bissexuais, sendo que a maioria prefira ficar na sua, são os que mais sofrem de imcompreensão. Tenho uma colega religiosa que tenta ser próxima de mim na esperança de eu "decidir" ser hétero. Não sei como esse assunto não virou uma baita polêmica.

    Apesar dessa aparente/possível ignorância, gostei do que ela falou após. xD

    Ass: @Nameless =)

    ResponderExcluir
  5. Se nós estivéssemos menos preocupado em rotular os outros, nós veríamos que não tem problema algum ela dizer que escolher. Quem sabe da sexualidade dela é ela. Não podemos afirmar nada por ela. Vamos parar com rótulos porque um dia isso enfraquecerá o movimento LGBT. Vamos nos unir e aceitar a diferença não só no nosso próprio meio, mas no mundo inteiro. E viva a complexidade humana.

    ResponderExcluir