Segundo os defensores do projeto, a causa gay seria propaganda da Sodoma, lesbianismo e pedofiliaNo final do ano de 1917, Vladimir Lênin assumia o poder na Rússia. Saint Petersburg foi palco das Revoluções de Fevereiro e Outubro que derrubaram, finalmente, uma monarquia que se perdurava por décadas. A utopia comunista aproximava-se, mas o que os russos viveram foram anos de repressão e letargia sob o rigoroso regime de Josef Stálin. Foi só nos 1990, com a queda do chamado socialismo real, que o país abriu às portas para o mundo que girava, distante, ao seu redor. Atualmente, a cosmopolita Saint Petersburg é a capital cultural da Rússia e a mais importante do país, depois de Moscou.
Entretanto, o conservadorismo político da dupla Medvedev/Putin e sua trupe, às vezes remete o país aos repressivos anos de Stálin. A última terça-feira, (22), foi um dia decisivo no Marie Palace, a assembléia legislativa da cidade. Nos interiores do belíssimo palácio neoclássico, foi aprovado um projeto de lei que mudará os rumos da militância homossexual na cidade. A lei visa criminalizar qualquer apologia ao ideal "gay", considerado propaganda da "sodoma, lesbianismo, bissexualismo, trans sexualismo e pedofilia à minorias". É quase que inacreditável tamanho preconceito e misantropia do projeto, mas tratando-se do "Tea Party" de Vladmir Putin, ja era de se esperar que as três fases da tramitação fossem aprovadas. E não houve protesto que os impediu.
"Sou gay. Sou uma pessoa. Não sou uma propaganda", anunciavam cartazes agitados no "Fórum da Rússia e Países Nórdicos". "Eu sou lésbica, não tenha medo de mim!" ouvia-se pelos arredores do Marie. Infelizmente não houve burburinho que impediu os defensores do projeto. A causa teve repercussão internacional, inclusive no Brasil. O "All Out" convocou assinaturas para um abaixo assinado cuja proposta é recusar-se a visitar a cidade caso a lei fosse aprovada, gerando prejuízo ao setor turístico. Mesmo com a aprovação, ainda vale abraçar a causa.
Em Moscou, a posição contra o orgulho gay acontecia antes mesmo da primeira versão da famigerada lei. De acordo com uma pesquisa realizada em 2005, 43,5% dos russos apoiam a criminalização de atos homossexuais. Não é um número pequeno. Hoje, a cidade considera adotar uma atitude similar à "irmã" sobre a censura gay. Segundo o russo e ativista gay Nikolai Alekseev, a posição russa indiferente ao ocidente tornaria inútil qualquer petição vinda do outro lado do meridiano. Stálin orgulharia-se.
Assine a petição acessando o site do All Out. Veja também o vídeo da campanha:
Fonte: Uol
Deprimente. Involução dos direitos humanos.
ResponderExcluirAbre um precedente perigoso.
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