Caio Blat viverá personagem Homossexual em 'Liberdade, Liberdade'

É deste jeito, refinado e afeminado, que Caio Blat vai aparecer em Liberdade, Liberdade, a nova novela das 11.  Na trama, ele será André, filho de Raposo (Dalton Vigh) e o grande confidente da irmã, Joaquina (Andreia Horta).

 Com o retorno de Joaquina e sua família ao Brasil, André vai temer pela vida da irmã, afinal  Joaquina é a filha de Tiradentes e todos os descendentes dele foram condenados.  Em Vila Rica, ele vai despertar nas mães o desejo de casamento para suas filhas ainda solteiras.

No entanto, o grande drama de André será a sua homossexualidade reprimida. Ele quer agradar o pai e tenta acompanhar seus hábitos, mas sua sensibilidade o mantém distante da brutalidade dos homens da época. O jovem terá que lidar com o preconceito e com o inesperado amor de Mimi (Yanna Lavigne), linda prostituta que se apaixonará por ele.

Liberdade, Liberdade é uma novela de Mario Teixeira baseada em argumento de Marcia Prates. A direção artística é de Vinicius Coimbra. A estreia é prevista para abril de 2016.

Como se preparou para o papel?

Estudei a Inconfidência Mineira e a vinda da família real para o Brasil, em 1808. Uma época violenta, de um país ainda selvagem. Até os nobres comiam com as mãos e não tomavam banho. Nesse contexto, André é desajustado, pois cresceu na corte europeia, lê os iluministas, tem hábitos finos, e é obrigado a fugir para um país onde 99% da população é analfabeta. Ele é sensível, virgem, numa época em que a homossexualidade era punida com a fogueira pela inquisição.

Então é um gay contido?

É reprimido. Vejo o personagem como um peixe fora d'água, uma pessoa no corpo errado, no lugar errado, na época errada. Basta olhar para suas roupas, com rendas e lã, para ver que ele está fora do contexto. Por isso, pretendo atuar com o máximo de discrição. Mas ele é engraçado e faz comentários geniais.

Faria cena de beijo gay? 

Eu teria muito cuidado com o tema, com a cena, seria tenso, mas nada diferente de uma cena difícil com uma mulher.

Ainda existe preconceito com personagens gays na TV?

O público já se acostumou, personagens gays já são frequentes, e com muito sucesso. Nem confundem mais ator e personagem. Os gays representam parte importante da sociedade. Acho que humanizá-los e evitar estereótipos ajuda a educar e reduzir a intolerância, que é próxima da desinformação.