quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Personagens gays da TV e cinema brasileiro são entregues a atores héteros
Em entrevista publicada na edição da revista JUNIOR de número 11, o autor de novelas Gilberto Braga disparou: “ator gay com potencialidade de galã tem mais é que ficar discreto. Veja o caso do Rupert Everett. Excelente ator, bonitão. Desde que assumiu está sendo chamado para papéis de galã? Que eu saiba não está. Em televisão é pior ainda do que cinema, porque o espectador médio é mais conservador”. A declaração foi replicada por inúmeros sites e saiu até na revista Veja.
Vale lembrar que Gilberto Braga é gay, casado há 35 anos e não está longe de qualuqer tipo de preconceito. O que ele declarou nesta entrevista é um fato. A visão do jornalista norte-americano Ramin Setoodeh, da revista Newsweek, é parecida. E ele vai além. Em artigo publicado pelo semanário e também replicado pela mídia mundial, o colunista diz que na TV e no cinema, personagens gays são intepretados por atores notoriamente héteros, que cada vez mais apelam para esses papeis.
Setoodeh, que também é gay, acredita que os grandes estúdios tem evitado atores assumidos para papeis de homossexuais, que são destinados a atores heterossexuais.
"A situação é desfavorável para os gays", diz Setoodeh. No artigo o jornalista sugere que os estúdios temem que um ator gay possa desagradar o público e prejudicar as bilheterias. "Logo, atores héteros ganham os papeis de gays e o comentário geral é de como eles são corajosos", declarou ele. Os exemplos são muitos. "O Golpista do Ano" com Jim Carrey, Ewan McGregor e Rodrigo Santoro em papeis gays (todos héteros, como se sabe); “Brokeback Mountain” com Heath Ledger e Jake Gyllenhaal nos papeis principais; Sean Penn e James Franco em “Milk” etc.
No Brasil a realidade é a mesma. Na mais recente leva de filmes com personagens gays, galãs conhecidos (e casados) interpretam gays. Em “Como Esquecer”, Murilo Rosa vive um gay esteriotipado; no filme “Estamos Juntos”, com estréia prevista para setembro próximo, é Cauã Reymond quem interpreta um DJ homossexual. Em “Do Começo ao Fim”, os irmãos gays são intepretados por João Gabriel Vasconcelos e Rafael Cardoso. Até travestis são intrepretados por atores heterossexuais. Veja o caso de “Elvis e Madona”, com Igor Cotrin de peruca e salto alto vivendo a personagem título. Até Milhem Cortaz, um grande ator de aspecto rude e másculo foi elencando para o papel de uma travesti em “Se Nada Mais Der Certo”. E ele a fez tão perfeitamente que rouba a cena do filme. Na TV vale o mesmo: Julinho (André Arteche) e Osmar (Gustavo Leão) de Ti Ti Ti. Héteros assumidos.
Agora as expectativas giram em torno da nova novela de Gilberto Braga, “Insensato Coração”, com estréia marcada para o dia 17 na Rede Globo. Serão seis papeis de homossexuais, alguns já elencados. Rodrigo Andrade, Leonardo Miggiorim, Marcos Damingo, Wendel Bendelack, Edson Fieschi e Cristiana Oliveira. A gente não sabe se algum deles é gays. Mas temos certeza que pelo menos nenhum é assumido.
Fonte: Mix Brasil
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usigeni02 desses personagens, como dizem "na vida real" são gays sim.
ResponderExcluirUm deles já foi até casado com um outro ator que agora namora um autor.
Consegue adivinhar quem são?
se chamassem os atores gays para papeis de gays esses diriam que so são chamados pra isso. Um saco isso.
ResponderExcluirOlha, nem é o caso! Atores gays não topam, pois de cara o que se questiona é se o ator que faz o papel é gay ou não. E os atores via de regra não querem aparecer como gays. Estou produzindo uma peça gay, que tem menos visibilidade, e todo ator gay que convidei não topou, já os héteros não têm problema em fazer.
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