terça-feira, 29 de março de 2011

Europa Antiga: A força da resposta dos travestis e transexuais

Muitos adolescentes quando descobrem que ou gostam de se vestir de mulher ou se sentem como se o corpo não correspondesse ao gênero da carteira de identidade, em sua grande maioria, são expulsos de casa. Na rua, as possibilidades de trabalho são sempre mínimas e o preconceito contra os que ousaram passar as fronteiras do que é homem e do que é mulher acaba as empurrando para a borda da sociedade, em geral, se prostituindo.

O universo de humilhações que enfrentam faz com que não exista entre os gays e a longa lista que compõe a sigla LGBTTTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros e o “s” que se refere aos simpatizantes) ninguém com mais orgulho e coragem de enfrentamento do que as que se iniciam com a letra T, que por acaso também é a letra de tensão e tolerância, duas palavras que ficam muito próximas dessas guerreiras.

Estar à margem muito cedo é também rapidamente aprender a se defender e se fazer respeitar. É um universo muito particular e surpreendente que quando se revela, mostra uma força inédita. Não é à toa que Vanessão, de Ji-Paraná, Rondônia, virou um fenômeno no YouTube.

Reza a lenda que Vanessão foi assassinada. Mas para as que sobrevivem, muitas conseguem o sonho de emigrar para Europa. E lá faturam muito. A partir desse momento, a lógica do capitalismo triunfa. Com grana, em geral a família volta a se aproximar e elas começam a ajudar os familiares com o dinheiro que ganham.

Não existe melhor exemplo para todos os homossexuais da força do chamado “pink money”, da resposta da grana, da possível aprovação pelo dinheiro. Não podemos esquecer nunca que pagamos por nossa aceitação.

O grande diferencial é que com esse elemento material, as travestis e transexuais não deixam o lúdico de lado e transformam o lixo em luxo. É algo essencial na cultura gay, e também na cultura dos trans: a construção da ideia de elegância e "chiqueria". É no escapismo do que é luxuoso que a realidade parece menos dura e cruel. O glamour como forma lúdica é um importante item do manual de sobrevivência de muitos homossexuais, travestis, transexuais e transgêneros. E o resto, como diz Luisa Marilac: "Meu cu!"


Fonte: Folha.com

2 comentários:

  1. Admiro a coragem das travestis, em um mundo cheio de gente com medo dentro de seus armarios.E realmente o dinheiro compra nao so familiares, como a maioria das pessoas.Va ver quem sofre mais discriminaçao: um gay rico ou um gay pobre.Talvez ate por isso as pessoas se sintam mais confortaveis em seus armarios, mas temos que ter coragem e corrermos ate alcançarmos nossa felicidade.

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  2. do que adianta morar na Europa e não ter classe, bom gosto, requinte, meu amôh..?
    ah, meuku pra senhora tbm!

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