Apesar de dizerem que não pretendem levantar bandeira, Marcello, 48 anos, e Thiago, 31, têm total disponibilidade para contar a trama imaginada por Walcyr. Eron é um advogado que já foi casado com uma mulher, mas, agora, mantém uma relação estável com Niko, dono de um restaurante. Eles passam longe de estereótipos e afetações.
— O trabalho de ator também tem sua função social. Servimos como condutores. Estou ali falando um texto de um autor que quer discutir algo. E também existe a figura do diretor — aponta Marcello.
Eron e Niko entram no ar no capítulo 17. Mas a promessa de abordar um casal gay de forma inédita nos folhetins vem gerando curiosidade. Na coletiva de imprensa de “Amor à vida”, há pouco mais de duas semanas, Marcello e Thiago foram os atores mais assediados entre os nomes do numeroso elenco da novela, com direção de núcleo de Wolf Maya e direção geral de Mauro Mendonça Filho.
— A relação será moderna e real. É uma história de amor pontuada por afeto. Tem cumplicidade e intimidade. E isso pede o toque entre a gente. Mas ninguém quer ser agressivo ou chocar — avisa Thiago.
O ator aceitou o papel, que seria de Paulo Vilhena, sem saber quem seria o seu par. Vindo de “Lado a lado”, que terminou há apenas dois meses, Thiago aprovou a escalação de Marcello. A satisfação foi recíproca.
— O meu comportamento em cena será como os que tive com outros pares românticos. Já atuei ao lado da Ana Paula Arósio e da Patrícia Pillar. Agora terei Thiago Fragoso! Quer melhor? — brinca Marcello.
Os dois vão trabalhar com um preparador de atores para buscar naturalidade e evitar possíveis constrangimentos ao gravar. Marcello dá exemplos da intimidade que pretende estabelecer com o colega:
— Quando pai e filho se tocam em cena, não há conotação sexual. É um carinho natural. Com a gente, será assim.
Nenhum deles teme arranhões em suas imagens de galãs. Ambos têm vasta galeria de tipos na TV. Marcello inclusive já fez um gay caricato no filme “Sexo, amor e traição”, de 2004.
— Somos pessoas conhecidas, heterossexuais. Walcyr até poderia ter posto dois atores novos nos papéis. Não foi o caso — observa Marcello.
Sem fazer novelas desde “Passione” (2010), ele não teme possíveis “pedradas” em função do novo papel.
— Cheguei a um ponto em que não dependo da aprovação do outro para ser feliz. Sou casado, tenho filho e sou feliz. Mas sei que tem gente que é estigmatizada por querer a mesma coisa. Tem que haver discussão mesmo — diz Marcello.
Ele reclama do politicamente correto e da hipocrisia. Diz ter visto recentemente adolescentes gays rebolando ao som de funk no “Esquenta!”, à tarde. E questiona as razões de um casal homossexual no horário nobre ser polêmico.
— O brasileiro não se acha preconceituoso. Aqui não tem racista — declara Marcello, irônico: — No Brasil, a mulher tira a roupa no carnaval, mas, se bota o peito de fora na praia, é agredida e chamada de piranha. Temos de lembrar que uma novela se dirige a todos. Vamos falar também para aqueles que elegeram o Feliciano (Marcos, deputado do PSC-SP e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados acusado de homofobia).
Na opinião dos atores, o beijo só deve acontecer após o centésimo capítulo, quando Eron e Niko já tiverem a torcida do público.
—Mas nem adianta esperar um chupão — diz Marcello.
O frenesi em torno do beijo gay em novelas surgiu forte nos últimos anos com Junior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro), de “América” (2005). Os dois gravaram a cena, que não foi exibida. A cada novo par, novas especulações. Mas os recentes carinhos entre personagens como Julinho (André Arteche) e Tales (Armando Babaioff), de “Ti-ti-ti” (2011); e Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo), de Insensato coração” (2011), não foram explícitos.
Em “Paraíso tropical” (2007), Rodrigo (Carlos Casagrande) e Tiago (Sérgio Abreu) dividiam o mesmo teto sem grandes demonstrações de afeto. Rubinho (Fernando Eiras) e Marcelo (Thiago Picchi), de “Páginas da vida” (2006), adotaram uma criança no final, mas tiveram pouco destaque.
Ainda tido como um tabu na TV aberta, o beijo entre dois homens foi mostrado no último dia 9 em “A grande família”. O ato não representou um carinho de casal. Na série, Tuco (Lúcio Mauro Filho), disposto a provar que é ator, beija Thiago Lacerda, no papel dele mesmo, numa cena da peça “O beijo no asfalto”, de Nelson Rodrigues.
Em “Amor à vida”, Eron e Niko recorrerão a uma barriga de aluguel e contratarão a enfermeira Amarylis (Danielle Winits) para gerar o filho deles. Os dois doarão sêmen e não saberão quem será o pai biológico. Mais adiante, Eron, que é bissexual, se envolverá com Amarylis, formando um triângulo. Marcello e Thiago sabem que a história depende da reação dos telespectadores para deslanchar. Walcyr é enfático:
— Eu não tenho a menor dúvida de que vou desenvolver a trama de Niko e Eron como imaginei porque, sinceramente, é uma bela história que vai emocionar o público.
Fonte: Globo
Nossa torcendo muito por esse casal. Facam as coisas direito hein senhores diretores (que aposto que leem o bananas) publico gay de olho nesse casal é o que nao vai faltar, lhes garanto.
ResponderExcluirSó de retratar um casal gay longe da comicidade e de estereótipos típicos o Walcyr já tem crédito comigo. Só espero que o casal não seja limado pelo público no decorrer da trama.
ResponderExcluirQuanto a um beijo gay no horário nobre da Globo, repito: esqueçam, pois não vai rolar. O primeiro beijo gay da TV já aconteceu (foi em 1990, numa minissérie exibida na saudosa Rede Manchete). Procurem no Youtube e comprovem.
Imaginando o Antony enterrando a rola na bundinha branca do Thiago Fragoso
ResponderExcluirTava indo super bem, porém parei de ler no "Mais adiante, Eron, que é bissexual, se envolverá com Amarylis, formando um triângulo." porque todo mundo sabe que no final ele vai ficar com ela.
ResponderExcluirTava tudo legal até ler que ele faria um bi que se apaixonaria pela enfermeira. Aposto que no final ele vai ficar com ela.
ResponderExcluirPois é, tava indo tudo ótimo até a parte do triângulo amoroso... Ou seja, vão usar a mulher como "estepe" caso o casal gay não seja aprovado pelo público (e dificilmente será).
ResponderExcluirnao gosto desse anthony podiam ter arrumado um marido melhor pro thiago quem sera o passivo dos dois kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirNão vou perder meu tempo assistindo. Qualquer coisa, acompanho as notícias aqui pelo blog mesmo.
ResponderExcluirele vai virar hetero no final kkkkkk
ResponderExcluirTanta baboseira que esses galãs da Globo são obrigados a falar pra manterem o seu cargo como machinho de telenovelas!
ResponderExcluirNo fundo, no fundo, os discursos deles são homofóbicos.
Homofóbicos do mesmo modo que encaramos todos os dias na sociedade que oprime os gays a viverem na clandestinidade, fechados, trancados dentro dos seus armários, considerando-os como seres anormais.
A partir do momento em que um ator se posiciona contra o beijo gay, ele, implicitamente, está dizendo que isso é errado, que duas pessoas do mesmo sexo não podem demonstrar afetividade, pois isso é errado, isso é proibido.
As novelas mostram cenas de sexo e nudez entre casais hetero a qualquer hora do dia. Cenas de beijo quase sexuais são mostradas em qualquer horário. Porém, em relacionamentos heterossexuais.
Um simples beijo gay é proibido na rede globo, pois esse canal é o veículo de comunicação que mais estimula a homofobia e a opressão contra os homossexuais na sociedade.
Se as pessoas que trabalham na mídia, seja ela tv, jornal, revista, rádio ou internet tivessem coragem e vergonha na cara, escreveriam matérias criticando a postura da globo e dos seus pseudo machinhos com os discursos com homofobia velada que eles tanto vêem à mídia divulgar. Mas, infelizmente, as pessoas morrem de medo da globo e sonham em trabalhar lá um dia. Então, nenhum site escreve matérias críticas sobre as declarações homofóbicas do pessoal da globo.
Marcelo Anthony é um bagulho credo!
ResponderExcluirpq nao colocaram o sergio marone ao invens desse anthony
ResponderExcluir