domingo, 8 de setembro de 2013

A dificuldade de ser gay

A questão da semana é o caso do jovem que vive angustiado. Sente desejo por homens, mas teme ser agredido e não aceito pela família e amigos. E não é nada fácil mesmo.


Enquanto na Grécia clássica (V a.C) a atração entre dois homens era vista como manifestação legítima do desejo amoroso, na Idade Média, a homossexualidade foi declarada crime. Os reis Eduardo I da Inglaterra e Luís IX da França chegaram, inclusive, ao ponto de decretar a morte dos homossexuais na fogueira. E Afonso X de Castela, pasmem, determinou que deviam ser castrados e pendurados pelas pernas até morrer. Sendo assim, foram colocados no mesmo nível dos assassinos e traidores.

 No século 19, a homossexualidade foi incorporada ao campo da medicina, passando a ser encarada pelos mais liberais como uma doença a ser tratada. Só recentemente, na década de 60 – com o surgimento dos anticoncepcionais – houve a dissociação entre ato sexual e reprodução. E a homossexualidade, representante máxima dessa dissociação, tornou-se mais aceita. A partir daí, a prática homo e a hétero se aproximam e o sexo pode visar exclusivamente o prazer.


É nessa época que surge o movimento gay, disposto a mostrar que heterossexualidade não é a única forma de sexualidade normal e, em 1973, a Associação Médica Americana retira a homossexualidade da categoria de doença. Mas nem isso é suficiente para acabar com o preconceito, pois a sociedade patriarcal impõe um ideal masculino a ser perseguido por todos os homens – força, poder, sucesso – e insiste em identificar masculinidade com heterossexualidade. O resultado é que, apesar de toda a liberação dos costumes, os gays continuam sendo hostilizados.

 É na adolescência que a orientação afetivo-sexual se define. Assustado, o jovem muitas vezes não consegue admitir nem para si mesmo seus sentimentos e desejos. Sabe que são proibidos e fica confuso. Ninguém escolhe ser homossexual. A escolha é outra: exteriorizar ou esconder.


O primeiro ato sexual – o coming out – é um momento decisivo na vida de um homossexual. Pode demorar muitos anos para acontecer e, quanto mais tarde, mais afeta a personalidade. As tentativas de suicídio são, nesses casos, duas vezes mais frequentes do que no restante da população da mesma idade. Entretanto, passado o coming out, os homossexuais apresentam um índice de suicídio muito baixo. Afinal, ser homo não significa infelicidade, assim como os 90% da população sabem que ser hétero não garante felicidade a ninguém.

 O conflito homossexual, por maior que seja, vem do meio social. A homofobia – ódio aos homossexuais – se manifesta entre os heterossexuais pelo temor secreto dos próprios desejos homossexuais e também pela angústia que causa o contato com os gays. Nesse contato, os heterossexuais são levados a perceber suas próprias características reprimidas – sensibilidade e passividade – que, por não serem consideradas masculinas, indicariam fraqueza. A agressão e a violência contra o gay tenta evitar que a masculinidade seja “contaminada”.



O pior inimigo do homossexual, entretanto, é a sua própria homofobia. Introjetando de tal forma os valores da sociedade em relação à homossexualidade, muitos gays se recriminam por desejar outro homem. Negam completamente o sexo ou levam uma vida dupla, casando e tendo filhos. É grande o esforço que fazem para acreditar que são heterossexuais, mesmo à custa de muito sofrimento.

 O depoimento de Andrew Sullivan, em seu livro Virtually Normal (Praticamente normal) é bem interessante: “A experiência homossexual pode ser considerada uma doença, uma perturbação, um privilégio ou uma maldição; pode ser considerada digna de “cura”, retificada, abraçada ou suportada. Mas ela existe. E ocorre independentemente de suas formas de expressão; está inserida naquela área misteriosa e instável onde o desejo sexual e o anseio emocional se encontram; atinge o cerne do que faz um ser humano ser aquilo que ele ou ela é. A verdade é que, para a esmagadora maioria dos adultos, a condição homossexual é tão involuntária quanto o é para os heterossexuais”.

Fonte: Uol

22 comentários:

  1. Minha primeira relação sexual foi (pasmem ) aos 19 anos e com uma mulher..eu queria saber se era coisa da minha cabeça E se eu não ficasse nunca saberiA se gostava ou não...rolou mas não teve emoção foi automático sem graça E não me deu vontade de fazer denovo ..talvez pq eu tivesse bêbado ,mas fiz sóbrio e realmente não achei graça alguma ...então conheci um cara e rolou...e todo fim de semana eu tava altas horas na porta da casa dele..esperando ele ..eu tentei de tudo ..mas chegou uma hora que eu cansei e disse "já chega..vou ser eu e curtir minha vida...hoje sou assumido e não tenho problemas algum na familia e amigos...to namorando ..não vivo sem meu gordinho sekxi !

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  2. "e todo fim de semana eu tava altas horas na porta da casa dele..esperando ele"
    GOSTOU DA BANANA HEIN BIXA!

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  3. Sempre reagi com muita tranquilidade e mesmo alegria com minha homossexualidade, tanto que aos 12 anos ja contei pra minha mae, e logo meu pai e irmaos tambem ficaram sabendo.Nao tive grandes problemas com eles.Nunca tive relaçao sexual com mulher, nem mesmo um simples beijo na boca. Gosto é de homem mesmo, e com um homem, aos 17 anos tive minha primeira relaçao sexual.As pessoas que nao me conhecem pensam que sou hetero, mas desfaço o engano sempre que necessario, pois nao faço a menor questao que pensem que sou hetero, ate gosto que saibam que sou homossexual.Algumas garotas ja tentaram ir pra cama comigo, mas nao fui e nem irei, como ja disse, eu gosto de homem e sou feliz assim. Gostoso pra mim, é ser homem e gostar de homem.

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  4. ANONIMO DAS 15:11 A "BIXA" SOUBE O QUE É BOM, PORQUE BIXA TONTA FICA POR AÍ PERDENDO TEMPO COMENDO BROINHA FEDENDO A BACALHAU.TODO MUNDO QUE DESCOBRE O LADO BOM DA VIDA< NAO QUER MAIS LARGAR kkk

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  5. O século 20 foi um avanço em tudo, principalmente a segunda metade dele. Feliz quem viveu os anos 60, 70 e 80. Nos anos 90 tudo começou a piorar até chegar ao que estamos vivendo agora: a humanidade nunca foi tão burra, preconceituosa e sem cultura, tai o reflexo disso nas "musicas" atuais e no comportamento em geral das pessoas.

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  6. gostei do texto...eh tudo isso tem muita historia..apesar de hoje ser do jeito que é...prefiro viver no tempo em que estou agora do que noS seculos passados..

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  7. Eu acho que isso de "sair do armário" as vezes pode ser bem besteira. Veja bem, isso não é covardia nem nada, mas é algo que eu já aceitei: Um hétero não sai dizendo para os pais "mãe, pai, sou hétero", do mesmo jeito que um gay não precisa necessariamente chegar e dizer "mãe, pai, sou gay". Os pais OBVIAMENTE JÁ SABEM. E se nunca tocaram no assunto, é por motivo de vergonha, e se já tinha vergonha, continuará a ter vergonha mesmo depois que o filho "sair do armário".

    Faz que nem eu: No começo vai dando dicas de que é gay ué, dança pela casa, escuta umas músicas de putannnnnnnn e se joga, seja mais feliz consigo mesmo. Eventualmente, se os pais não percebem, vão perceber ;)

    E eu não sei se vai ter um dia que eu vá "sair do armário", mas se tiver, vai ser tudo ok, eu acho, porque eu já aceitei o que eu sou e amo o que eu sou :)

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  8. Acima de tudo temos que parar de polemizar o que somos, tratar coisas naturais com naturalidade, pois é o que somos: uma das várias formas de ser normal.

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  9. TEXTO VEIO NA HORA CERTA, TÔ SOFRENDO AQUI E CHEIO DE DÚVIDAS, SOU ENRUSTIDO E TÔ LOCO PRA PEGAR UM MACHO MAS ESSA SOCIEDADE DESGRAÇADA SÓ ME FODE COM A VIDA! TENHO MEDO DA REAÇÃO DE TODOS E ISSO ME INCOMODA MUITO!!! QUERIA É MANDAR TODOS PRA PQP E IR SER FELIZ

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  10. O normal seria todos aceitarem o homossexual do jeito que ele é. Mas isso está longe de acontecer, principalmente, no Brasil.
    Quem é enrustido e não dá pinta de gay sempre ouve as piadinhas e comentários preconceituosos dos héteros no trabalho e na escola.
    Não sei se uma lei anti-homofobia possa ajudar a acabar com isso. Em um país em que crentes substituem a Constituição pela Bíblia, será que uma lei dessas irá pegar?
    Acho que o problema mesmo é a péssima Educação, que já não ensina mais Ética, noções de Filosofia, Psicologia e Direito, ou seja, não ensina a pensar, só a trabalhar.

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  11. texto bacana veio na hora certa pra mim tmb :)

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  12. Bom o texto e os comentários aqui. Sou gay e sou virgem e sempre vivi no armário, mas só quem é cego não percebe que eu sou gay. Nunca tive namorada e meu jeito digamos assim extrovertido me denuncia (as pessoas às vezes se distraem e me chamam de "menina", "mulher" e na hora ficam constrangidas, o que me diverte). O meu mal é que até hoje só senti atração por heteros (se algum era gay não deu bandeira alguma) o que sempre me fez sofrer muito por amores e desejos não correspondidos. Estou para me tornar literalmente o virgem de 40 anos. Acho que sou uma aberração, mas só faria sexo com alguém que me desejasse e me amasse muito, o que acho que nunca vai acontecer, até porque não sou exatamente bonitão, muito pelo contrário. Apesar de tudo, não gostaria de ser outra coisa. Nem mesmo mulher, pois acho estranho pensar em ter uma vagina. Ser hetero significaria ser outra pessoa, ver o mundo de outra forma, e gosto de mim do jeito que sou, pois sempre acreditei em Deus e ele não me faria assim sem nenhum propósito.

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  13. Eu não sou gay. Sou bem curioso para experimentar! Só isso.

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  14. Só uma correção: "coming out" não é a primeira relação sexual,mas significa "sair do armário".

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  15. Texto interessante mesmo, cada um tem o seu tempo nada deve ser forçado, hoje em dia virou modismo ficar se mostrando, isto interessa só a pessoa e ao parceiro nada mais e o mais importante é a pessoa ter a liberdade financeira não é riqueza mas ter seu trabalho, se manter pagar suas contas e não dar satisfação a ninguém.

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  16. Nao concordo com o anonimo das 20;15, quando ele diz que hoje em dia virou modismo ficar se mostrando.Uma pessao assumir-se como homossexual, nao é ficar se mostrando! Pra mim é exercer o seu direito de se mostrar como realmente é! Ninguem realmente tem que dar satisfaçao a ninguem, porem, jamais vou ficar fingindo que sou heterossexual para agradar os outros, seja quem for.

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  17. É tão idiota ficar falando que os 70 80 foram bons pros gays. Aqueles em grandes centros urbanos talvez tenham tido uns momentos únicos, mas e os gays suburbanos, rurais. Ou vocês acham que não tem gays em zona rural e favelas que sofrem muito preconceito.

    Os anos 70 e 80 podem ter sido uma maravilha pros gays, o que eu duvido muito, mas definitivamente não gostaria de ter vivido em tal época.

    Deixem de ser idiotas sonhando com anos que vocês não viveram e façam por onde sua atual época seja A ÉPOCA pro gays. Reivindicando direitos é um meio, ficar num blog gay reclamando não vai mudar a merda em que, nós gays vimemos, para melhor.

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  18. A vida nao é facil pra todos, nao sei se sou gay mais tenho minhas disconfianças desde garoto, e acho que todos percebem que sou meio afeminado, meus pais sao muiro preconceituosos , sofro bullying todos os dias no colegio, mas tem vezes que da vontade de me matar ou ir embota do país mais com 14 anos é meio difícil, preciso do conselho de alguem que me entenda

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  19. Querido anonimo de 13/09, 23:04 -Dê tempo ao tempo, você ainda é muito novo, e talvez nem seja gay. Será que nao existe mesmo ninguem que possa te ajudar? Algum parente.Quando a gente é adolescente, fica parecendo que o tempo nunca passa, mas qdo assustamos ja somos maiores de idade.Acho que nao te ajudei, mas estou aqui torcendo por voce, e por sua felicidade e paz interior.Um grande abraço.

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